segunda-feira, 5 de junho de 2017

...Ferraria, ferreiro, forja...

Como vidro o metal se quebrou
Tantos fragmentos que não pude contar
Talvez a ausência de batalhas
Talvez o tempo de paz
Mas ser feliz para aqueles que brandem a espada

Não passa de ilusão
Assim, tornam a forja
Pois o mesmo martelo que quebra o vidro, forja o aço
Queimando, aquecendo a ponto do metal tornar-se laranja
Tento, com todas as forças e a pouca sabedoria, que lutei para ter em mim
Unir novamente o metal
O martelo bate
A forja aquece
As runas que haviam na espada somem
Tudo ao zero, tudo do zero
E mesmo com o maior cuidado que posso ter, ainda me queimo
Espero pacientemente o metal tomar forma
Aquecendo e esfriando
Esfriando e tornando a aquecer
Como qualquer guerreiro me lembrei
Mesmo assim, ainda só
Em meu caminho, em minhas batalhas
Não durará muito
Pois aqueles olhos rajados, viram me buscar
Apresso-me a forjar a única arma que tenho
Reparando meu coração
E às vezes sinto que sacrificando, mesmo que seja um pouco, minha alma
Não posso perder
Não devo perder
Não vou perder
Tomo para mim a responsabilidade
De reforjar
E mais uma vez ir de encontro
Àqueles olhos rajados
Não há outro caminho, mais uma vez, serei eu ou ele.

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